AIDS – Síndrome da imunodeficiência humana
A AIDS é a sigla em inglês para Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, doença causada pelo vírus HIV (vírus da Imunodeficiência Humana), isolado pela primeira vez em 1983 por Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA. O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae que ataca as células do sistema imunológico, responsável por defender o organismo das doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+ além de macrófagos e células dendríticas. E é alterando o DNA dessas células que o vírus faz cópias de si mesmo se multiplicando até romper sua membrana a fim de buscar outros linfócitos para continuar a infecção.
Esta doença foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, Haiti e África Central por volta do ano de 1982. No Brasil os primeiros casos da doença surgiram também na década de 80 e foram relacionados à contaminação fora do país, em geral nos indivíduos do sexo masculino. Hoje já é uma condição pandêmica, segundo dados estatísticos das Nações Unidas uma média de 1,7 milhões de novas infecções surgiram até o final de 2018, e pode atingir a todos que se expuseram aos fatores de risco. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. Muitos soropositivos vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
A AIDS é o estágio mais avançado da infecção por HIV, pois como o vírus ataca as células de defesa do organismo, deixa o indivíduo vulnerável a diversas doenças, desde um simples resfriado até infecções e doenças mais agressivas, como tuberculose, ou mesmo tumores.
EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Segundo o ministério da saúde, quando ocorre a infecção pelo vírus HIV, o sistema imunológico começa a ser atacado. É nessa fase aguda, que ocorre a incubação do HIV (período antes dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. O organismo demora de 30 a 60 dias para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Não enfraquece o organismo o suficiente para ter novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. À medida que os ataques as células de defesa ficam mais frequentes, elas começam a funcionar com menor eficiência até serem destruídas. O organismo fica fraco e vulnerável a infecções comuns, como gripe, fungos etc.
A fase sintomática inicial é caracterizada pela redução dos linfócitos T CD4+ chegando a ser inferior de 200 unidades por mm³. Em adultos saudáveis, varia entre 800 a 1.200 por mm³. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade favorece o surgimento de doenças oportunistas. Com isso, a doença atinge seu estágio mais avançado, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da infecção ou não seguir o tratamento, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você se expuser a alguma situação de risco, procure seu médico ou uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição e faça o teste.
FORMAS DE TRANSMISSÃO
Sexo vaginal, sexo anal e oral sem camisinha, uso de seringa por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação, instrumentos que furam ou cortam contaminados.
FORMAS DE NÃO TRANSMISSÃO
Sexo desde que se use corretamente a camisinha, masturbação a dois, beijo no rosto ou na boca, suor e lágrima, picada de inseto, aperto de mão ou abraço, sabonete/toalha/lençóis, talheres/copos, assento de ônibus, piscina, banheiro, doação de sangue, pelo ar.
PREVENÇÃO
Usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar agulhas, sempre quando exposto a situações de risco realizar a prevenção pré e/ou pós exposição, realizar exames para HIV após período de incubação quando submetido a fatores de risco.
SINAIS E SINTOMAS
Os principais sinais e sintomas são:
- Febre persistente;
- Tosse seca prolongada e garganta arranhada;
- Suores noturnos;
- Inchaço dos gânglios linfáticos durante mais de 3 meses;
- Dor de cabeça e dificuldade de concentração;
- Dor nos músculos e nas articulações;
- Cansaço, fadiga e perda de energia;
- Rápida perda de peso;
- Candidíase oral ou genital que não passa;
- Diarreia por mais de 1 mês, náusea e vômitos;
- Manchas avermelhadas e pequenas bolinhas vermelhas ou feridas na pele.
DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO
Exames laboratoriais e história clínica de contato com alguma situação de risco direta ou indiretamente.
Fazem parte do diagnóstico os exames:
- TRIAGEM: Sorologia para HIV I e II,
- CONFIRMATÓRIOS: Western blot e PCR para HIV,
- ACOMPANHAMENTO: Carga viral para HIV (acompanhamento) e contagem de linfócitos T CD4.
TRATAMENTO
É uma doença que ainda não tem cura e por isso o seu tratamento deve ser feito por toda vida, sendo o principal objetivo do tratamento o fortalecimento do sistema imune e o combate ao vírus, controlando e reduzindo a sua quantidade no sangue.
O ideal é começar o tratamento contra o HIV antes que a AIDS se manifeste. Este tratamento pode ser feito com um coquetel com diferentes remédios antirretrovirais que são fornecidos gratuitamente pelo governo.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era como receber uma sentença de morte, porém, atualmente, é possível ser soropositivo para HIV e viver com qualidade de vida, aderindo à Terapia Antirretroviral (TARV) e seguindo corretamente o tratamento de acordo com as orientações do seu médico.
Referência Bibliográfica:
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- A EPIDEMIA DA AIDS ATRAVÉS DO TEMPO. Disponível online em < http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html> acessado em 17/12/2019.
- AIDS: ETIOLOGIA, CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. Disponível online em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf> acessado em 17/12/2019.
- QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE HIV/AIDS E SUA RELAÇÃO COM LINFÓCITOS CD4+, CARGA VIRAL E TEMPO DE DIAGNÓSTICO. Disponível online em < http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v15n1/07.pdf> acessado em 17/12/2019.
- MORTALIDADE POR HIV/AIDS NO BRASIL, 2000-2015: MOTIVOS PARA PREOCUPAÇÃO? Disponível online em < http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v15n1/07.pdf> acessado em 17/12/2019.
- ESTATÍSTICAS GLOBAIS SOBRE HIV 2019. Disponível online em < https://unaids.org.br/estatisticas/> acessado em 17/12/2019.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico.