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Febre Reumática – Prevenção, tratamento e expectativa pela chegada de uma vacina

A febre reumática é uma doença multissistêmica decorrente de uma resposta auto-imune pelo Streptococcus sp. beta-hemolítico do grupo A em pacientes geneticamente predispostos. Ainda é uma doença prevalente nos dias atuais podendo acometer 3 % dos pacientes que desenvolveram faringoamigdalite por esta bactéria e que não foram adequadamente tratados.

Caracteriza-se pelo envolvimento do tecido conjuntivo de alguns órgãos e sistemas, mostrando preferência pelo coração, vasos, articulações, pele e sistema nervoso central. Dentre as manifestações clínicas mais importantes se encontra a doença cardíaca reumática que pode gerar sequelas incapacitantes causando grande impacto para o indivíduo e para a sociedade. No Brasil, estimam-se 30.000 novos casos sendo que metade desses pacientes poderão desenvolver lesões cardíacas.

Atendimento médico e programas educacionais no ambiente escolar são capazes de identificar tanto pacientes com indicação de tratamento quanto grupos com indicação de prevenção. Foi evidenciada que uma proporção significativa de pacientes é tratada com antibióticos incorretos e por períodos inadequados ou simplesmente não é tratada.

O tratamento da faringoamigdalite visa a reduzir a exposição antigênica do paciente ao estreptococo e impedir a propagação de cepas reumatogênicas, além de prevenir complicações agudas. A distinção entre as faringoamigdalites virais e bacterianas, bem como as considerações quanto à presença de fatores de risco, devem ser consideradas para indicar a profilaxia primária. A prevenção da doença baseia-se no tratamento adequado da faringoamigdalite estreptocócica, preferencialmente com a penicilina G benzatina.

Uma grande notícia é o recente desenvolvimento de uma vacina contra o Streptococcus sp. Beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) que se encontra na etapa final de testes, aguardando somente os ensaios clínicos em humanos. Pesquisadores do InCor estudaram por 20 anos os mecanismos desencadeadores da febre reumática causada por esta bactéria e sua sequela principal, a doença cardíaca reumática. Cerca de 90% das cirurgias cardíacas feitas em crianças, no Brasil, tem relação com a febre reumática e, em adultos, 30% das cirurgias cardíacas são realizadas em maiores de 20 anos com associação aos danos causados por esta doença.

Espera-se, com a chegada dessa vacina, reduzir significativamente o número de cirurgias cardíacas como consequência da febre reumática. Portanto, serão enormes os benefícios humanos, sociais e econômicos, caso os resultados finais do desenvolvimento desta vacina sejam de fato promissores.

Para mais informações, favor contatar-nos.

 

*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico.

 

Referência Bibliográfica:

Diretrizes brasileiras para o diagnóstico, tratamento e prevenção da febre reumática.Arq. Bras. Cardiol. vol.93 no.3 supl.4 São Paulo Sept. 2009

http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2009002100001

 

 

20 de março de 2019 Post direita , , , , ,