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Saúde do Homem

Várias pesquisas têm sido realizadas para entender porque os homens evitam consultas médicas. Os resultados apontam para três principais fatores: medo, síndrome de super-herói e a aparência de vulnerabilidade.

Os homens querem se ver sempre fortes e capazes de lidar com qualquer coisa. Consideram que ir ao médico é uma fraqueza e não gostam de se sentirem vulneráveis. Além disso, eles sentem medo de um diagnóstico ruim.

Frases eternizadas para mostrar a força masculina, “homem que é homem não chora, não sente medo, não fica doente, não vai ao médico”, estão há anos dificultando as práticas de cuidado masculino, especialmente de forma preventiva.

Vários estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de condições graves e crônicas de saúde do que as mulheres. Entretanto, apesar das taxas masculinas assumirem um peso significativo nos perfis de morbimortalidade, observa-se que a presença de homens nas instituições de saúde é menor do que a das mulheres.

Outra dificuldade é a vergonha da exposição do seu corpo perante o profissional de saúde, particularmente durante o exame de toque para prevenção do câncer de próstata. (FIOCRUZ, 2007)

Um levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo mostra que 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um consultório médico tiveram a influência da mulher ou de filhos. O estudo também revela que mais da metade desses pacientes adiaram a ida ao médico e já chegaram com doenças em estágio avançado. (MINISTERIO DA SAUDE, 2015)

 

SIMPLES CUIDADOS PODEM MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA

Aferir a pressão com frequência e acompanhar as taxas de colesterol são importantes para evitar doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Outros testes importantes a serem realizados dizem respeito às doenças sexualmente transmissíveis como o teste de HIV, hepatite B (HBsAg) e do vírus da hepatite C (anti-HCV).

Os homens com mais de 50 anos e com sintomas de problemas na próstata, como dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, devem ir ao médico para investigar o problema. É possível que outras doenças, como uma infecção urinária, seja causa dos sintomas. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).

 

RASTREAMENTO CAUTELOSO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Os exames de toque retal e dosagem de PSA em homens assintomáticos devem ser solicitados pelo médico, respeitando os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Pois o rastreamento nestes pacientes de forma indiscriminada causa aumento importante dos danos à saúde destes indivíduos, devido aos tratamentos algumas vezes desnecessários.

O câncer de próstata é considerado de terceira idade, já que três em cada quatro casos acontecem a partir dos 65 anos e o risco pode ser maior em quem tem histórico familiar da doença. Ainda não existem exames adequados para o rastreamento do câncer de próstata e a melhor alternativa hoje é manter uma alimentação saudável, não fumar, fazer atividade física e visitar regularmente seu médico.

 

DISFUNÇÕES IMPORTANTES NA SAÚDE DO HOMEM

Doença cardiovascular

A incidência da doença cardiovascular é maior nos homens, especialmente em mais jovens, até 50 anos, devido à suscetibilidade a fatores de risco: hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade, alcoolismo e o sedentarismo.

Andropausa

Dos 40 a 55 anos de idade, os homens podem perceber sintomas semelhantes à menopausa. De modo diferente das mulheres, eles não apresentam um sintoma específico como a interrupção da menstruação, que marca essa transição. Ambos, no entanto, são caracterizados por uma queda nos níveis hormonais. Estrógeno nas mulheres, testosterona nos homens. As mudanças ocorrem muito gradualmente neles e podem ser acompanhadas por mudanças nas atitudes; alteração de humor; fadiga, perda de energia; diminuição da libido, disfunção erétil,  diminuição do volume de esperma ejaculado; diminuição da massa e da força muscular, osteoporose, perda de pelos faciais e do corpo além de diminuição da agilidade física.

Incontinência urinária

A incontinência é a perda involuntária de urina e afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. Com o envelhecimento, o homem pode desenvolver hiperplasia prostática benigna (aumento fisiológico da próstata). Quando isso acontece, a próstata passa a pressionar a bexiga, o que causa vontade de urinar com mais frequência.

Há também outros problemas que podem causá-la, como infecção urinária ou condições neurológicas. É mais comum que apareça a partir dos 40 anos. Entretanto, é importante consultar o urologista para se certificar de que não existe outra patologia mais séria.

Cálculos renais

Os cálculos urinários são, na maioria das vezes, formados de cálcio e se localizam em todo o aparelho urinário. Os homens têm mais chances do que as mulheres de desenvolver o problema, embora não se saiba ao certo o motivo. Várias são as causas que podem levar à formação dos cálculos: histórico familiar da doença; distúrbios do metabolismo; infecção urinária; sedentarismo; ingestão exagerada de cálcio ou ácido úrico, substância presente nas carnes vermelhas, crustáceos e vísceras (fígado, rins, coração).

 

O MELHOR CAMINHO É A PREVENÇÃO

  • Mudar hábitos alimentares, com menos alimentos gordurosos e ultraprocessados.
  • Medir a pressão arterial e acompanhar as taxas de colesterol pelo menos uma vez ao ano.
  • Consultar o médico periodicamente, a partir dos 45 anos de idade.
  • Prevenir-se com o uso de camisinha nas relações sexuais.
  • Ingerir bebida alcóolica moderadamente.
  • Não fumar.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Câncer de próstata: vamos falar sobre isso?  Rio de Janeiro: Inca, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde do homem: prevenção é fundamental para uma vida saudável. Brasília. 2015. Disponível em http://www.blog.saude.gov.br/promocao-da-saude/50308-saude-do-homem-prevencao-e-fundamental-para-uma-vida-saudavel. Acesso em 29/10/2019.

Casa Cidadã. Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Viver com Saúde. Disponível em https://www.al.mt.gov.br/arquivos/institucional/instituto-memoria/publi-al/cartilha-saude-homem.pdf. Acesso em 31/10/2019.

GOMES, Romeu; NASCIMENTO, Elaine Ferreira; ARAÚJO, Fábio Carvalho.  Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(3):565-574, mar, 2007.

GOMES, Romeu. Saúde do homem em debate. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2011. 228 ISBN 978-85-7541-364-7. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. Acesso em 28/10/19.

LAURENTI, Ruy et. al. Perfil epidemiológico da morbi-mortalidade masculina. Ciência e Saúde Coletiva. Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. 2004. Disponível em https://www.scielosp.org/article/csc/2005.v10n1/35-46/. Acesso em 30/10/2019.

SBEM.  Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. O que é Andropausa? 2009. Disponível em https://www.endocrino.org.br/o-que-e-andropausa/. Acesso em 31/10/19.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

19 de novembro de 2019 Post direita , , , , , ,